O QUE VEM DEPOIS DO AMOR

E quando o amor termina, o que vem depois? Essa pergunta permeia os filmes de Setembro do CCSPlay, com uma seleção sobre relacionamentos em processos de desintegração, que refletem a instituição do casamento e olham com sensibilidade para as questões do afeto e da angústia não aliviada. E pegos no meio, com certeza, estão os filhos.

São filmes que te obrigam a escolher um lado, e, na pior das hipóteses, escolher o lado errado. Dentro da seleção encontramos diferentes formas de se lidar com o término, às vezes influenciado pelas distintas culturas de 4 países diferentes.

DEPOIS DA TEMPESTADE

de Hirokazu Kore-eda

Umi yori mo Mada Fukaku, Japão, 118 min, 2016, 10 anos 
Elenco: Hiroshi Abe, Yoko Maki, Kiki Kirin

Sinopse: O Japão está prestes a receber o 23º tufão do ano. A matriarca Yoshiko, uma mulher idosa que mora sozinha, recebe a visita de dois filhos que não costumam ir à sua casa: Ryota, um escritor fracassado que ainda sofre com o divórcio e se arrisca fazendo bicos de detetive, e a filha mais velha, que tenta passar por exemplo da família, mas também tem seus problemas. Juntos, eles aguardam a chegada do tufão e relembram a morte recente do pai e marido.

Sobre o filme: “Falar em aceitar as verdades e seguir em frente dará um nó em seu estômago; inevitavelmente, você refletirá sobre sua própria posição na vida e pesará se você se sente ou não como Ryota, que diz ao filho: “Ainda não sou quem eu quero ser, ainda”. E essa evocação não é o objetivo de toda arte? Com esta medida em mente, Kore-eda criou uma obra-prima.”

A ECONOMIA DO AMOR

de Joachim Lafosse

L’Économie du couple, França, 2016, 101 min, 10 anos.
Elenco: Bérénice Bejo, Cédric Kahn, Marthe Keller

Sinopse: Boris (Cédric Kahn) e Marie (Bérénice Bejo) são casados e moram juntos há quinze anos com as filhas gêmeas. Quando o relacionamento se desgasta, eles decidem se divorciar, mas os dois passam por dificuldades financeiras. Sem conseguir chegar a um acordo sobre a partilha dos bens, Boris e Marie continuam morando juntos, o que aumenta as brigas diárias.

Sobre o filme: “Lafosse, junto com os atores Bérénice Bejo e Cédric Kahn, injetam no filme uma honestidade brutal que o torna, se não exatamente fácil, certamente um filme fortíssimo.”

LUNCHBOX

de Ritesh Batra

Índia, 2013, 104 min, 14 anos.
Elenco:  Irrfan Khan, Nimrat Kaur e Nawazuddin Siddiqui

Sinopse: O Mumbai Dabbawallahs é um serviço de entrega de comida bastante conhecido em Mumbai, na Índia. Um dia, um erro na entrega faz com que uma pacata dona de casa conheça um homem que está na fase final de sua vida. Juntos eles criam um mundo de fantasia a partir de mensagens trocadas através das embalagens usadas pelo Mumbai Dabbawallahs. 

Sobre o filme: “The Lunchbox, o longa de estreia do diretor indiano Ritesh Batra, tem uma premissa tão apaixonante que espero, sinceramente, que não seja refeito em Hollywood com Tom Hanks e Meg Ryan.”

VIDA SELVAGEM

de Cédric Kahn

Vie sauvage, França, 2014, 102 min, 14 anos .
Elenco: Mathieu Kassovitz, Céline Sallette, Romain Depret

Sinopse: Paco (Mathieu Kassovitz) e Nora (Céline Sallette) formam um casal em sintonia. Ambos amam a natureza e a vida de liberdade, concordando em criar seus filhos longe da corrupção da sociedade do consumo. Um dia, no entanto, este relacionamento acaba, e Nora vai embora, levando os filhos com ela. Após Nora obter a guarda dos filhos, Paco se aproveita do tempo de visitas e foge com eles por 11 anos. Baseado em uma história real.

Sobre o filme: “O diretor Cédric Khan dirigiu Vida Selvagem inspirando-se em fatos reais: um casal belga se separa e disputa a guarda dos filhos. O pai, Xavier Fortin é acusado de sequestrar os filhos e educá-los em uma floresta. Poderia, apesar de excêntrico, ser um caso banal. O diretor, porém, faz do filme algo extraordinário.”